Conta, como foi afinal o encontro?
Bem, olha, nem sei dizer se correu bem ou não,...
Ela chegou atrasada, fez me esperar. Não me surpreendeu fisicamente. Como nas fotos, tirando os óculos, que não tinha percebido que eram permanentes, mas isso, é insignificante.
Gira, vestida muito casual. Um perfume suave.
Fomos para o jardim da Gulbenkian e falámos uma meia hora. Sobre coisas básicas. O dia a dia, família, etc., até que resolvemos ir almoçar.
Almoçamos num restaurante giro, mas ficámos numa mesa desconfortável, numa corrente de ar fria. Fomos falando. Nada de profundo. O básico.
Foi no almoço que me pareceu senti-la desconfortável. Mais distante. Sugeri subir ao shopping para fugir ao vento frio, enquanto ela não ia para a manifestação de professores mas, talvez a ideia não tenha sido boa. O shopping era mais abrigado de vento, mas desabrigado de conforto, de intimidade. Enfim. Ela continuou a parecer me distante. Chegou, entretanto, a hora de ela ir para a manifestação e eu acompanhei-a até lá. Apanhei aí o metro para vir embora.
A minha impressão foi que ela estava desiludida com o encontro, que se sentiu desconfortável e que estava ansiosa pelo o fim. Eu não forcei e fui para embora.
Fui triste. Esperava que o encontro tivesse corrido melhor. Que tivesse sido mais intenso, mais cúmplice, mais descontraído. Estava nervoso e acho que em todo o tempo não relaxei.
Mesmo assim, teria gostado que ela me tivesse convidado para a acompanhar na manifestação. Que me puxasse pela mão, que não me quisesse perder, que me levasse com ela. Que tivesse insistido comigo para não ir no expresso das 6. Que me convidasse para jantar. Enfim,..
Não o fez, ou porque não tinha interesse em prolongar o encontro ou porque não quis avançar dessa forma. Não sei.
Mas sei que me fui embora convencido que não nos veríamos mais.
E eu que tinha levado na mochila, meias, cuecas, escova de dentes e a caixa das lentes,..
Estava, de facto, com as expectativas um pouco elevadas.