sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Mayra Andrade


Andei atento à digressão, para não te perder.
Vemo-nos hoje em Coimbra.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Já está


Mesmo no meio desta apatia que me envolve, quando nada me apetece, nada me entusiasma, consegui, ainda assim, tomar a decisão de fugir para a neve na Páscoa. Hesitei. Não me sinto com forças, mas pode ser que as ganhe lá. Agora já está...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Namoros

Desde há muito, ouvia estas duas músicas distraidamente e demorei a perceber que eram duas músicas diferentes. A certa altura andava convencido que o Sérgio Godinho tinha uma música inspirada numa qualquer música Brasileira, talvez do Chico Buarque. Até que me dei ao trabalho de pesquisar, depois de numa das minhas últimas viagens, ter ouvido a música cantada pelo Sérgio Godinho. Foi assim que cheguei à conclusão que a música “Namoro” cantada pelo Sérgio Godinho é do Fausto com letra de um tal de Viriato da Cruz e que mais tarde os Trovante, inspirados nessa música fizeram uma outra chamada “Namoro II”.

Para que não haja dúvidas, aqui ficam elas.

Namoro
Letra: Viriato Cruz
Música: Fausto
Interpretação: Sérgio Godinho

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Mandei-lhe uma carta
em papel perfumado
e com letra bonita
dizia ela tinha
um sorriso luminoso
tão triste e gaiato
como o sol de Novembro
brincando de artista
nas acácias floridas
na fímbria do mar

Sua pele macia
era suma-uma
sua pele macias
cheirando a rosas
seus seios laranja
laranja do Loge
eu mandei-lhe essa carta
e ela disse que não

Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
"por ti sofre o meu coração"
num canto "sim"
noutro canto "não"
e ela o canto do "não"
dobrou

Mandei-lhe um recado
pela Zefa do sete
pedindo e rogando
de joelhos no chão
pela Sra do Cabo,
pela Sta Efigénia
me desse a ventura
do seu namoro
e ela disse que não

Mandei à Vó Xica,
quimbanda de fama
a areia da marca
que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço
bem forte e seguro
e dele nascesse
um amor como o meu
e o feitiço falhou

Andei barbado,
sujo e descalço
como um monangamba
procuraram por mim
não viu ai não viu ai
não viu Benjamim
e perdido me deram
no morro da Samba

Para me distrair
levaram-me ao baile
do Sr. Januário,
mas ela lá estava
num canto a rir,
contando o meu caso
às moças mais lindas
do bairro operário

Tocaram a rumba
e dancei com ela
e num passo maluco
voamos na sala
qual uma estrela
riscando o céu
e a malta gritou
"Aí Benjamim"

Olhei-a nos olhos
sorriu para mim
pedi-lhe um beijo
lá lá lá lá lá
lá lá lá lá lá
E ela disse que sim




Namoro II
Trovante



Ai se eu disser que as tremuras
Me dão nas pernas, e as loucuras
Fazem esquecer-me dos prantos
Pensar em juras

Ai se eu disser que foi feitiço
Que fez na saia dar ventania
Mostrar-me coisas tão belas
Ter fantasia
E sonhar com aquele encontro
Sonhar que não diz que não

Tem um jeito de senhora
E um olhar desmascarado
De céu negro ou céu estrelado, ou Sol
Daquele que a gente sabe.
O seu balanço gingado
Tem os mistérios do mar
E a certeza do caminho certo
que tem a estrela polar.

Não sei se faça convite
E se quebre a tradição
Ou se lhe mande uma carta
Como ouvi numa canção
Só sei que o calor aperta
E ainda não estamos no verão.

Quanto mais o tempo passa
Mais me afasto da razão
E ela insiste no passeio à tarde
Em tom de provocação
Até que num dia feriado
P'ra curtir a solidão
Fui consumir as tristezas
P'ró baile do Sr. João

Não sei se foi por magia
Ou seria maldição
Dei por mim rodopiando
Bem no meio do salão
Acabei no tal convite
Em jeito de confissão
E a resposta foi tão doce
Que a beijei com emoção
Só que a malta não gritou
Como ouvi numa canção

Descubram os pontos de contacto.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Ok, eu confesso...

...ando metido noutro blog. Um blog de primos e tios, em que não sou "waterfall", sou eu mesmo e que tem tomado o meu pouco tempo livre. Escrevi lá duas ou três coisas. Vou ver se dá para publicar aqui também.

Ou melhor, dêem lá um saltinho e vejam se me identificam. Mas cuidado. Sejam discretos. Muitos discretos. Não conhecem nem nunca ouviram falar em Waterfall's ou "nuvens passageiras", ok?

Sorry, arrependi-me. O mundo é demasiado pequeno. :-(

Até já.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

e o trabalho não me larga...


Uma vez por outra também é preciso trabalhar um bocadito. Estou numa dessas fases. Prazos a cumprir, sem tempo para me coçar, quanto mais escrever.


Mas eu volto, prometo que volto.


quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Aguarela

Este post é dedicado a uma, das poucas pessoas, que me descobriu e entendeu desde o primeiro minuto.

E foi ao som desta música que tudo começou.

Com os meus velhinhos e inseparáveis headphones de rádio/cassete, de cabeças encostadas, cada um com seu phone, mostrei-lhe esta música.

Ela riu-se, porque a conhecia bem e verso por verso explicou-me todo o sentido da letra.

No fim o primeiro beijo.
No fim o inicio de uma aguarela, que espero, não descolorirá nunca.



Aquarela
Toquinho

Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M.Fabrizio


Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...


Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...


Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...


Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...


Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...


Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...


Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...


De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...


Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...


E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...


Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todosNuma linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...


Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)...

terça-feira, fevereiro 12, 2008

...

Nunca fui muito de me exibir. Por isso algumas pessoas me descobrem tão tarde.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

O estranho caso da ovelha prenha

Na 3ª feira de Carnaval quando fui à quinta dei com uma das ovelhas no chão, afastada das outras e com dificuldades em pôr-se de pé. Tinha lá umas vacinas para as viroses e resolvi, portanto, dar-lhe uma injecção. Na Quarta já andava de pé, mas pouco se mexia, Quinta igual, sempre afastada das outras. Percebi que tinha melhorado, mas não notava mais nenhuma evolução. Hoje quando fui para a quinta ia preocupado com a ovelha, não tinha grandes esperanças de melhoras, mas, de repente, reparo numa das minhas ovelhas com um borreguito recém-nascido. Sim, a ovelha doente, não estava doente. Estava em trabalho de parto, talvez um trabalho de parto mais complicado do que o normal, mas era apenas isso.

Agora a parte mais estranha desta história é que, este ano, ao contrário de outros, em que costumo alugar um carneiro, para dar um brilhozinho nos olhos às 4 ovelhitas, este ano ficaram a seco. Sabe-se lá porquê. Não tive tempo, deixei passar a época e não tive paciência para carregar um carneiro no meu Kangoo com a consequente exigente lavagem do mesmo (do Kangoo, porque o Carneiro quer-se mesmo assim, a cheirar a carneiro. Banhos para quê?)

Então, se as ovelhas passam a vida fechadas entre 4 vedações de boa madeira e melhor arame, algum dele farpado, se as portas estão sempre fechadas, com se terá dado tal acontecimento? Inseminada pelo vento? Não me parece.Acredito mais que a minha Mãe, num dos seus despistes, típicos das pessoas geniais, naquela semana de Setembro em que fui à praia e em que por isso ela ficou de serviço “aos vivos”, como se diz aqui na terra, tenha deixado uma porta aberta e as ovelhas tenham ido em turismo até à quinta do vizinho, assim como quem vai à Tailândia ou ao Brasil.
Agora estou à espera para perceber quantas mais foram no passeio.

A quinta vive e viverá. Aqui a vida não pára mais. Venha quem vier, a nossa pegada fica lá. Acumula-se com muitas outras anteriores. Sempre construindo sonhos.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

40

Na minha geração e na dos meus amigos, todos estamos a chegar aos quarenta. Uns andam lá perto (o meu caso), outros entram agora e outros entraram há pouco. Acho piada às conversas que surgem, sobre o medo de fazer anos. O medo de fazer 40 anos. Eu respondo sempre da mesma maneira. O que me faz mais velho não é a passagem dos 39 para os 40. O que me faz mais velho são estas montanhas todas que subimos e descemos pela vida fora. Fiz 38 mas que importa? Se fizesse 40 era igual, não é esse o tempo que marca. O que marca a idade é a vida e o que nela vivemos.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

...

Já em Novembro de 2006, quando perdi o meu Pai, de quem eu era também, a pessoa mais próxima escrevi isto:
...
Levei um safanão, dos grandes, na minha vida. De tal forma, que não tenho tido tempo nem vontade, para aqui escrever. Devagarinho, apanho os cacos e colo aqueles que não ficaram perdidos para sempre. Vou pondo tudo no lugar, aproveitando para reconstruir o meu mundo mais à minha medida.Entretanto, este blog, continua cedendo as suas energias a outros empreendimentos, que são, neste momento, mais importantes. Talvez este post seja o sinal do meu regresso. O tempo o confirmará!

Em Agosto de 2007 despedi-me de um Tio muito querido e escrevi:

Obrigado por tudo Tio. Por tudo quanto me ensinou, por tudo quanto me ajudou e por tanto quanto me fez sentir especial e importante. Vou sentir a sua falta. Acredito que quem parte novo vive novo na eternidade. Um dia encontramo-nos.

Agora a minha Mãe.
Ainda não tenho vontade de escrever nada. Nem sequer me sobra muito tempo, no meio de tudo o que tenho que tratar. Tenho a cabeça tão vazia e ao mesmo tempo tão cheia.
Ainda choro. Não tenho vontade de dizer nada.

Dúvidas existênciais

Serei assim tão desinteressante? Sei que não sou uma pessoa cativante, pelo menos numa análise superficial, mas será que perco assim tanto p...