Há
uma mania (para não dizer fetish, que parece demasiado forte), muito antiga e bastante
inocente, na qual, não sei bem porquê, nunca fui muito ligado.
Apercebi-me
da existência dessa tendência logo em miúdo, quando encontrava, espalhadas pela
casa da minha avó, largadas pelas empregadas, as revistas da “Crónica Feminina”
que eu, um miúdo curioso, acabava por folhear.
Na secção
das foto-novelas eu via essas atraentes, fogosas e ardentes executivas, envolvendo-se
em paixões assolapadas com os patrões ou colegas. Mais tarde, uns bons anos
mais tarde, já adolescente, comecei a encontrar essas mesmas executivas, noutro
tipo de revistas. “Gina”, acho eu. As mesmas personagens, mas paixões um
bocadinho mais intensas. Quando a era dos video-gravadores chegou, voltei a encontra-las
no mesmo estilo das revistas, intensamente apaixonadas mas agora, numa paixão
bem mais ritmada. Filmes de qualidade, como é óbvio... sabem certamente do que
estou a falar.
Mas
o facto é que, por razões que não sei explicar, estas personagens não me causaram
nunca um entusiasmo fora do normal. Mas ontem, saí da minha pequena aldeia onde
trabalho e fui ao banco à vila, e foi aí que todo este paradigma mudou.
Encontrei por lá, ao vivo e a cores, a executiva que eu nunca tinha
encontrado. Óculos, cabelo apanhado, mas meio solto, com umas roupas muito elegantes
e sensuais, sapatos de salto, e uma pose decidida e confiante, dando a entender
que era uma daquelas raparigas que não dá bola a ninguém, como de facto
não a vi dar.
Confesso
que a imagem da moça me acompanhou o resto do dia. Confesso também que foi por
puro acaso, que hoje tive de ir almoçar à mesma vila e confesso ainda que é
mesmo verdade. Ela estava lá. Mais uma vez, totalmente inatingível, no alto da
sua pose, parecendo desligada de tudo o que é mundano, tentando (ou não) esconder
a sua sensualidade que no entanto se sente e se adivinha e que me deixou
vidrado.
Já
tinha saudades de me voltar a apaixonar assim! :)
é dessas paixões que te gosto ouvir contar :)
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