Já fui e já voltei. Passei uma semana meia tonta de tantas horas livres durante o dia, quando todos estavam a trabalhar, e entretido no curso, quando todos estavam livres. Mesmo assim valeu pelo curso. Desta vez não posso dizer que tenha valido pelos contactos sociais, porque fui acompanhado e quando se está acompanhado estamos menos disponíveis e também os outros aproximam-se menos. Ainda para mais se estivermos ao lado de uma moça vistosa. Chovem homens, fogem as mulheres. Enfim, uma má opção. :)
Quanto ao curso em si, foi bastante proveitoso. Entre fitossociologias, árvores e plantas invasoras, sementes, associações, sucessões, fogos e regeneração, aprendi que num planeta em constante mudança, não se pode dar uma definição certa de floresta nativa, porque cada Era teve a sua, e esta está em constante mudança e mudaria, quer existíssemos, como fortes influenciadores, quer não existíssemos. Aprendi que a minha floresta nativa, aquela romanceada que apenas conheço dos livros que leio, desde a época romana até à idade média, altura em que começa a sua destruição aqui no “velho” mundo, não passa de uma escala na evolução. E essa floresta, a que nos está mais próxima, e da qual ainda encontramos alguns nichos, como aquela meia dúzia de carvalhos perdidos entre uma invasão de eucaliptos e mimosas, naquela terra de difícil pronúncia, dificilmente poderá voltar a existir em grande escala. Mas aprendi também que podemos fazer parte da mudança, ter uma participação positiva na evolução, tirar partido da floresta sem destruir por completo o planeta. E essa talvez tenha sido a mensagem mais importante do curso. Não se trata de capitalismo a toda a força, doa a quem doer, nem de ecologismo fundamentalista. Apenas sustentabilidade. Respeito por um património único e comum. Comum entre todos nós mas também comum entre as diferentes gerações, as que já passaram e as que virão depois de nós.