segunda-feira, dezembro 18, 2006

Primeira Paixão



Foi na Praia de Pedrógão que vivi a primeira e maior paixão de sempre. Ela era uma morena lindíssima, com sotaque no norte. Embora ela já tivesse namorado lá no Porto, parecia apaixonada por mim. Foi até hoje a única mulher que, depois de, numa surpresa, ter ido ter com ela, sem que ela esperasse, se mandou aos meus braços a chorar de alegria e esse momento foi para mim dos mais emocionantes de toda a minha vida. Era um ano mais velha que eu, mas em maturidade, como é comum nas mulheres, estava avançada uns quatro ou cinco, e por isso, perante a minha pura inocência, mostrou-me um mundo novo, com o qual sonhava mas que nunca tinha visto ou tocado. Foi, curiosamente, no ano em que os GNR lançaram o “Dunas” que eu fiquei a conhecer o significado da letra.

Foi também essa diferença de maturidade que não me deixou perceber que aquilo não passava de um romance de verão, que se foi com o fim do Verão e passei por isso o ano achando que tinha uma namorada, guardando a sua foto, ouvindo a nossa música e inventando desculpas para não obter resposta às cartas que lhe escrevia.

Hoje olho para trás e não entendo porque não esclareci tudo logo de início, porque me faltou a coragem para telefonar, porque não fui capaz de ganhar aquela paixão. E, principalmente, como não fui capaz de manter o nosso caso, pelo menos no ano seguinte.

A história do próximo post é muito triste, pelo menos para mim.

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