sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Aqui que ninguém me ouve...

Na minha vida não tive muitas namoradas. Hoje percebo que podia ter tido muitas mais, mas a falta de autoconfiança desarmou-me por completo durante toda a minha adolescência. Para ajudar à festa, sou exageradamente tímido e assim sendo raramente fazia uma conquista. Quase sempre era eu o conquistado e sabemos que se um homem espera por ser conquistado é melhor esperar sentado.

Tentei o álcool que diziam ajudar a libertar a timidez, mas infelizmente, quando perdia a vergonha para enfrentar uma miúda, já estava tão bêbado que não articulava nenhuma frase sem enrolar por completo as palavras, tornando a minha investida totalmente imperceptível. Mesmo assim, nalgumas ocasiões fui capaz de impressionar uma ou outra moça para uma aventura de uma noite só, mas nem vos conto o desastre de tais noites. O álcool nunca foi bom aliado do desempenho sexual. Nem me quero lembrar.

Mesmo assim, tive algumas namoradas, e ontem fazia uma retrospectiva para eleger a melhor de todas, mas não fui capaz de escolher apenas uma e tive que as organizar por categorias. A mais bonita, a melhor amante e a melhor companheira.

Tive uma namorada que era a perfeita “sexbomb”. A nossa vida de namoro era uma total loucura. O mais curioso era que quem olhava para ela nunca o diria. Chegámos a fazê-lo dentro do guarda-fatos por já não haver outra forma de inovar. De manhã, de tarde ou à noite, se não houvesse ninguém por perto, pimba! Dia de semana ou dia Santo, jogasse o Benfica ou jogasse o Porto, era indiferente! Fui vencido por esgotamento.

Tive outra linda de mais. Pequenina, mas escultural, mas muito infantil e pior que tudo, sexo só depois do casamento. Não mais que uns quentíssimos “amassos” que me deixavam de cabeça perdida. Íamos até tão perto…, mas quando chegava a hora, nada! Mesmo assim eu ía esperando, mas quando comecei a achar que andava com a testa enfeitada, acabei com tudo.

Tive outra que era a melhor companheira que se pode ter. Daquelas pessoas com quem se gosta de conversar, onde todas as nossas conversas encaixam e de onde raramente sai faísca. Uma pessoa com quem se gosta de estar, nem que seja em silêncio, de quem se sente saudades, para quem se gosta de voltar todos os finais de dia sentido que ali está o nosso porto de abrigo. Uma pessoa que me transformou. Ainda hoje não sei como o fez, mas o certo é que fiquei mais alegre, mais confiante e menos tímido. Foi com esta que casei.

As outras estão cá dentro guardadas no coração e só para mim, aqui que ninguém me ouve (ou neste caso, lê) posso dizer, que tenho saudades delas, de sentir as emoções que com elas senti. Fisicamente só podemos ter uma, mas cá dentro temos as que queremos. É tudo o que podemos ter e eu tenho, na memória o “mais” de tudo!

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