segunda-feira, setembro 17, 2007

O terror de comprar flores

Confesso que não gosto de comprar flores. Pior ainda, de ter que andar pela rua com vistoso ramo. Tenho a sorte de ter uma florista do lado de lá da rua o que ameniza esta última etapa da coisa. Praticamente num salto, atravesso a rua e entro no prédio, quase sem ser visto. No entanto, se ter uma vizinha florista tem essa vantagem, tem também a desvantagem desta me conhecer a mim e à minha mulher. De conhecer igualmente a minha família, que nem sequer é de cá e a família da minha mulher. Não duvido que conheça igualmente toda a vizinhança e os seus familiares. Sei disso, pelas perguntas pormenorizadas que me faz. Mesmo assim, o facto de ter de atravessar apenas uma rua para me esconder compensa o facto de por exemplo ela sempre querer saber qual o motivo das flores. Com a desculpa de colocar um mini autocolante alusivo à ocasião, pergunta sempre: “É para a sua mulher? Ela faz anos?”.

Mas o esforço compensa. É para mim um mistério o efeito provocado por um ramo de flores. Uma coisa que não serve para nada! Até pode ser bonito, mas é só isso. Dura pouco e nem se pode comer no fim. Mas o facto é que resulta sempre. Um grande sorriso, um beijo e uma abraço apertadinho. Flores, pelo menos uma vez por ano.

3 comentários:

  1. O que faz com que recebas um sorriso, um beijo e um abraço não são as flores, é o gesto, a lembrança que tiveste. Isso sim.
    Não digas que as flores não servem para nada porque isso não é verdade. Ao menos servem para um sorriso, um beijo e um abraço. Felicidades.

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  2. Pode ser até que se pretenda oferecer uma flor a uma amiga, ou a um amigo já agora, mas quando eu vejo um estranho ou uma estranha com uma flor na rua ponho-me logo a imaginar romances do género que ele vai oferecer a flor e declarar-se ou ela acabou de receber a flor do seu apaixonado...:)

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