O vento vai me levando nesta minha nuvem que eu tento manobrar. Daqui vejo o mundo e o que me marca escrevo, por sentir que apenas a escrita, ouve e compreende os meus desabafos. Mas nem tudo o que vejo é real. Muitas vezes são apenas delírios da imaginação ou simplesmente, sonhos.
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Já está
terça-feira, fevereiro 26, 2008
Namoros
Para que não haja dúvidas, aqui ficam elas.
Namoro
Letra: Viriato Cruz
Música: Fausto
Interpretação: Sérgio Godinho
|
Mandei-lhe uma carta
em papel perfumado
e com letra bonita
dizia ela tinha
um sorriso luminoso
tão triste e gaiato
como o sol de Novembro
brincando de artista
nas acácias floridas
na fímbria do mar
Sua pele macia
era suma-uma
sua pele macias
cheirando a rosas
seus seios laranja
laranja do Loge
eu mandei-lhe essa carta
e ela disse que não
Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
"por ti sofre o meu coração"
num canto "sim"
noutro canto "não"
e ela o canto do "não"
dobrou
Mandei-lhe um recado
pela Zefa do sete
pedindo e rogando
de joelhos no chão
pela Sra do Cabo,
pela Sta Efigénia
me desse a ventura
do seu namoro
e ela disse que não
Mandei à Vó Xica,
quimbanda de fama
a areia da marca
que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço
bem forte e seguro
e dele nascesse
um amor como o meu
e o feitiço falhou
Andei barbado,
sujo e descalço
como um monangamba
procuraram por mim
não viu ai não viu ai
não viu Benjamim
e perdido me deram
no morro da Samba
Para me distrair
levaram-me ao baile
do Sr. Januário,
mas ela lá estava
num canto a rir,
contando o meu caso
às moças mais lindas
do bairro operário
Tocaram a rumba
e dancei com ela
e num passo maluco
voamos na sala
qual uma estrela
riscando o céu
e a malta gritou
"Aí Benjamim"
Olhei-a nos olhos
sorriu para mim
pedi-lhe um beijo
lá lá lá lá lá
lá lá lá lá lá
E ela disse que sim
Namoro II
Trovante
Ai se eu disser que as tremuras
Me dão nas pernas, e as loucuras
Fazem esquecer-me dos prantos
Pensar em juras
Ai se eu disser que foi feitiço
Que fez na saia dar ventania
Mostrar-me coisas tão belas
Ter fantasia
E sonhar com aquele encontro
Sonhar que não diz que não
Tem um jeito de senhora
E um olhar desmascarado
De céu negro ou céu estrelado, ou Sol
Daquele que a gente sabe.
O seu balanço gingado
Tem os mistérios do mar
E a certeza do caminho certo
que tem a estrela polar.
Não sei se faça convite
E se quebre a tradição
Ou se lhe mande uma carta
Como ouvi numa canção
Só sei que o calor aperta
E ainda não estamos no verão.
Quanto mais o tempo passa
Mais me afasto da razão
E ela insiste no passeio à tarde
Em tom de provocação
Até que num dia feriado
P'ra curtir a solidão
Fui consumir as tristezas
P'ró baile do Sr. João
Não sei se foi por magia
Ou seria maldição
Dei por mim rodopiando
Bem no meio do salão
Acabei no tal convite
Em jeito de confissão
E a resposta foi tão doce
Que a beijei com emoção
Só que a malta não gritou
Como ouvi numa canção
Descubram os pontos de contacto.
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
Ok, eu confesso...
Ou melhor, dêem lá um saltinho e vejam se me identificam. Mas cuidado. Sejam discretos. Muitos discretos. Não conhecem nem nunca ouviram falar em Waterfall's ou "nuvens passageiras", ok?
Sorry, arrependi-me. O mundo é demasiado pequeno. :-(
Até já.
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
e o trabalho não me larga...
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
Aguarela
Este post é dedicado a uma, das poucas pessoas, que me descobriu e entendeu desde o primeiro minuto.
E foi ao som desta música que tudo começou.
Com os meus velhinhos e inseparáveis headphones de rádio/cassete, de cabeças encostadas, cada um com seu phone, mostrei-lhe esta música.
Ela riu-se, porque a conhecia bem e verso por verso explicou-me todo o sentido da letra.
No fim o primeiro beijo.
No fim o inicio de uma aguarela, que espero, não descolorirá nunca.
Aquarela
Toquinho
Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M.Fabrizio
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...
Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...
Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...
Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todosNuma linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)...
terça-feira, fevereiro 12, 2008
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
O estranho caso da ovelha prenha
Agora a parte mais estranha desta história é que, este ano, ao contrário de outros, em que costumo alugar um carneiro, para dar um brilhozinho nos olhos às 4 ovelhitas, este ano ficaram a seco. Sabe-se lá porquê. Não tive tempo, deixei passar a época e não tive paciência para carregar um carneiro no meu Kangoo com a consequente exigente lavagem do mesmo (do Kangoo, porque o Carneiro quer-se mesmo assim, a cheirar a carneiro. Banhos para quê?)
Então, se as ovelhas passam a vida fechadas entre 4 vedações de boa madeira e melhor arame, algum dele farpado, se as portas estão sempre fechadas, com se terá dado tal acontecimento? Inseminada pelo vento? Não me parece.Acredito mais que a minha Mãe, num dos seus despistes, típicos das pessoas geniais, naquela semana de Setembro em que fui à praia e em que por isso ela ficou de serviço “aos vivos”, como se diz aqui na terra, tenha deixado uma porta aberta e as ovelhas tenham ido em turismo até à quinta do vizinho, assim como quem vai à Tailândia ou ao Brasil.
A quinta vive e viverá. Aqui a vida não pára mais. Venha quem vier, a nossa pegada fica lá. Acumula-se com muitas outras anteriores. Sempre construindo sonhos.
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
40
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
...
Levei um safanão, dos grandes, na minha vida. De tal forma, que não tenho tido tempo nem vontade, para aqui escrever. Devagarinho, apanho os cacos e colo aqueles que não ficaram perdidos para sempre. Vou pondo tudo no lugar, aproveitando para reconstruir o meu mundo mais à minha medida.Entretanto, este blog, continua cedendo as suas energias a outros empreendimentos, que são, neste momento, mais importantes. Talvez este post seja o sinal do meu regresso. O tempo o confirmará!
Em Agosto de 2007 despedi-me de um Tio muito querido e escrevi:
Obrigado por tudo Tio. Por tudo quanto me ensinou, por tudo quanto me ajudou e por tanto quanto me fez sentir especial e importante. Vou sentir a sua falta. Acredito que quem parte novo vive novo na eternidade. Um dia encontramo-nos.
Dúvidas existênciais
Serei assim tão desinteressante? Sei que não sou uma pessoa cativante, pelo menos numa análise superficial, mas será que perco assim tanto p...
-
Quem dera pudéssemos parar o nosso filme nos momentos bons e ficar lá para sempre…
-
Anda alguém a brincar com o meu destino? Ai, ai, ai, ai… Logo agora que isto estava tudo tão calminho...
-
Como se explica à nossa mulher, que fomos convidados para ir passar um fim-de-semana a casa de umas amigas , que ela não conhece de lado nen...