sábado, setembro 20, 2014

Dono e senhor das minhas férias

Fui este ano, por força das circunstâncias, pela primeira vez, sozinho de férias. Já tinha ido num outro verão, mas para um local onde conhecia muita gente. Desta vez fui sozinho, para um sítio onde nunca tinha estado e onde não conhecia ninguém.

Se me senti só? Sim, nalguns momentos sim, mas não foram assim tantos e foi mais por não poder partilhar os momentos bons que vivia.

Fiz uma rotina muito tranquila. Acordava cedo, porque mesmo assim, para o meu dia-a-dia, era tarde, e ia para a praia. Era dos primeiros a chegar e mal chegava, montava o meu guarda-sol (A minha pele branquinha não aguenta muito sol de cada vez) e fazia uma pequena caminhada à beira-mar. Era o impulso para o primeiro mergulho. Enquanto os restantes veraneantes iam chegando à praia e se instalavam no areal, eu lia e escrevia. Lia mais do que escrevia. Mas escrevia. Nada de especial, nem nada de demasiado filosófico, apenas escrevia num pequeno caderno, aquilo que teria dito a um bom amigo se ali estivesse ao lado. Se tiver paciência transcrevo depois as partes mais interessantes.

Para além dos banhos de mar, excelentes por sinal, das leituras e das curtas escritas, observava. Não podia deixar de apreciar todas aquelas naturezas vivas que se iam avizinhando a pouco e pouco e mesmo as que apenas estavam de passagem. Fazia escolhas virtuais e “tops” reais. Como aqui se diz, lavei as vistas. :)

Entretanto acabei por decidir almoçar na praia, no barzinho mais pequeno que servia sandes, saladas, gelados e bebidas. Era rápido e não exageradamente caro. Não pegava no carro e não perdia tempo. Experimentei no segundo dia e não mudei. O pessoal era simpático e à medida que fui sendo cliente habitual fui sendo tratado cada vez com mais simpatia.

Entretanto a tarde passava-se entre mais mergulhos, leituras e contemplação paisagística.

Mais coisa menos coisa, às 18 horas ia embora. Ainda era dia, ainda havia sol mas um sol que já não aquecia o suficiente e de qualquer forma já era praia a mais.

Recolhia ao ponto base, tomava um banho e se nalguns dias fui ver o pôr-do-sol a uma das praias, noutros limitei-me a beber umas minis numa esplanada. Num dos dias fui a uma praia perto ao fim do dia, pedi um Rum com Cola, que veio tão bem servido e caiu-me tão bem que tive que beber o segundo enquanto o sol se despedia ao longe no mar. Estava num estado completamente “zen” e a sentir-me muito bem, muito feliz.

Raras vezes saí para jantar e deitei-me sempre cedo.

Por vezes, ser dono e senhor das nossas férias, dos nossos dias, também sabe muito bem.

2 comentários:

  1. Creio que sim, deve saber muito bem. Nunca fui de férias sozinha mas já fui sozinha a sítios onde pessoas estão de férias. É diferente, as perspetivas são outras, e, como dizes, o pior de se estar sozinho é não poder partilhar com ninguém os bons momentos.

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  2. Pelo que entendi acabou por aproveitar bem sua própria companhia.
    Quem sabe na próxima já levará mais pessoas?
    O bom mesmo é se sentir Zen.
    Beijo

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