sexta-feira, maio 07, 2021

Agora que, mais uma vez, estou no “mercado”,…

…da cabeça aos pés, tudo o que me continua a deixar sem fôlego.

Cabelos compridos e rebeldes para os afagar e esperar que soltos, me percorram as costas;

Alças e ombros à mostra para pegar nas mãos, correr os braços nus, passar nos ombros e envolver o pescoço atrás das orelhas;

Decote generoso e cheio, com um colar pendente para traçar a linha do desejo, para percorrer com a ponta dos dedos;

Mãos com pulseiras e unhas pintadas de cor, porque ser feminina é isso mesmo. É cor, é enfeite, é magia;

Vestido de tecido ao mesmo tempo leve, mas pesado o suficiente para marcar as curvas do corpo em movimento, só para poder adivinhar primeiro, tocar depois e levantar por fim, porque nada é para fazer depressa de mais;

Tatuagem no fundinho das costas, para ter também um pretexto para ficar a olhar para uma das curvas mais sensuais da natureza;

Rabo redondo em forma da lua, porque sim;

Sandálias de salto nuns pés pequenos e de unhas pintadas que caibam nas palmas das mãos.

Mas porque a vida não é só visão e tato, e porque há muito mais a tirar-me o fôlego:

Corajosa porque a vida nem sempre é um mar de rosas e os desafios que enfrentamos nem sempre são de se enfrentar encolhidos ou de ânimo leve;

Com atitude e iniciativa porque já não temos tempo a perder;

Faladora qb, porque eu falo pouco, e se formos dois calados, então fica um ambiente meio estranho;

Despudorada e bem resolvida consigo e com o seu corpo, porque nesta fase da vida, temos mesmo é que aproveitar o que temos e não chorar pelo que perdemos, ou pelo que nunca aproveitámos.

Independente, para que possa viver tranquila ao lado de um introspetivo, sem stressar por ter que introspetivar também.


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