…da cabeça aos pés, tudo o que me continua a deixar sem
fôlego.
Cabelos compridos e rebeldes para os afagar e esperar que
soltos, me percorram as costas;
Alças e ombros à mostra para pegar nas mãos, correr os braços nus, passar nos
ombros e envolver o pescoço atrás das orelhas;
Decote generoso e cheio, com um colar pendente para traçar a linha do desejo,
para percorrer com a ponta dos dedos;
Mãos com pulseiras e unhas pintadas de cor, porque ser feminina é isso mesmo. É
cor, é enfeite, é magia;
Vestido de tecido ao mesmo tempo leve, mas pesado o suficiente para marcar as
curvas do corpo em movimento, só para poder adivinhar primeiro, tocar depois e
levantar por fim, porque nada é para fazer depressa de mais;
Tatuagem no fundinho das costas, para ter também um pretexto para ficar a olhar
para uma das curvas mais sensuais da natureza;
Rabo redondo em forma da lua, porque sim;
Sandálias de salto nuns pés pequenos e de unhas pintadas que caibam nas palmas
das mãos.
Mas porque a vida não é só visão e tato, e porque há
muito mais a tirar-me o fôlego:
Corajosa porque a vida nem sempre é um mar de rosas e os desafios
que enfrentamos nem sempre são de se enfrentar encolhidos ou de ânimo leve;
Com atitude e iniciativa porque já não temos tempo a perder;
Faladora qb, porque eu falo pouco, e se formos dois calados,
então fica um ambiente meio estranho;
Despudorada e bem resolvida consigo e com o seu corpo, porque
nesta fase da vida, temos mesmo é que aproveitar o que temos e não chorar pelo
que perdemos, ou pelo que nunca aproveitámos.
Independente, para que possa viver tranquila ao lado de um introspetivo,
sem stressar por ter que introspetivar também.
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