O vento vai me levando nesta minha nuvem que eu tento manobrar. Daqui vejo o mundo e o que me marca escrevo, por sentir que apenas a escrita, ouve e compreende os meus desabafos. Mas nem tudo o que vejo é real. Muitas vezes são apenas delírios da imaginação ou simplesmente, sonhos.
quarta-feira, agosto 30, 2006
Match Point
O filme Match Point do Woody Wallen é para mim um filme arrepiante. É um filme cujo tema central é a sorte e o azar, que por vezes se decide por pequenos pormenores, mas que mostra igualmente, e isso é que é arrepiante, a forma como toda a nossa vida pode cair como um castelo de cartas, apenas porque, num breve momento, o nosso cérebro transfere todas as suas funções para outro órgão um pouco mais abaixo (não estou a falar do coração, é outro ainda mais abaixo).
Em princípio, enquanto homem casado, não partiria de mim qualquer tentativa para seduzir uma mulher, mas já não sei qual seria a minha reacção, se pelo contrário fosse eu o seduzido. A carne é fraca, não é?
Pois bem, e se pensasse que era uma oportunidade única, uma mulher assim não aparece todos os dias, que era só dessa vez e que não havia a mínima possibilidade de alguém descobrir? E se depois dessa primeira vez se sucedessem mais? E se, a certa altura, para essa mulher, não bastassem os breves momentos dos encontros sexuais? Se ela quisesse mais? Um fim-de-semana. Teria de arranjar mais uma mentira! Ou pior, se ela quisesse assumir a relação? Se ela começasse a ameaçar o meu casamento, do qual eu não queria abdicar? Do que é que seria capaz de fazer para me livrar dela?
Nem quero pensar. O melhor é seguir a minha vidinha sossegado, não é?
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