Sevilha, 18 de Abril de 2007
Estou em Sevilha em trabalho. Trabalho bom e leve. Apenas umas visitas técnicas sem stress e algum tempo livre. Cheguei ontem à noite e após os procedimentos de instalação no nosso hotel, saí com mais dois colegas para fazer o reconhecimento do local. Estava um calor anormal para aquela hora, de uma noite de Abril, mesmo para quem como eu, vive numa cidade do interior.
Estou em Sevilha em trabalho. Trabalho bom e leve. Apenas umas visitas técnicas sem stress e algum tempo livre. Cheguei ontem à noite e após os procedimentos de instalação no nosso hotel, saí com mais dois colegas para fazer o reconhecimento do local. Estava um calor anormal para aquela hora, de uma noite de Abril, mesmo para quem como eu, vive numa cidade do interior.
A primeira paragem foi numa esplanada numa praceta a poucos metros do hotel. A certa altura reparei que estava a ser descaradamente observado por uma rapariga, que não teria mais de 18 anitos. Ela estava também na esplanada acompanhada, penso eu, da sua família - pais e uma irmã - e pelo seu aspecto eram turistas de algum país da Europa do norte.
Um pouco depois vi que a moça comentava alguma coisa com a mãe e a partir daí comecei a ser observado por toda a família, sendo que o pai era o mais reservado.
Saímos da esplanada, em busca de outro tipo de movimento nocturno e o caso passou. Nunca mais me voltei a lembrar de tal coisa.
Hoje, após as visitas de trabalho, a maior parte do grupo resolveu ir à tourada. Não desgosto de touradas, mas estando em Sevilha, preferi rever a cidade a pagar um balúrdio por uma tourada. 37 euros ainda é dinheiro.
Podia ter combinado o passeio com algum dos colegas mas preferi andar sozinho. Comecei então por um jardim que começava ou acabava perto do hotel. Como já devem ter percebido, sou apaixonado por árvores e gosto sempre de conhecer os parques e jardins das cidades. Ia eu no meu caminho parque fora quando dou de caras com a família da esplanada da noite de ontem, sentados num pequeno muro de um canteiro. (Este mesmo).
A primeira a ver-me foi a mãe que logo e energicamente avisou a filha. Naquele instante trocaram-se olhares, os meus, sempre pelo canto do olho, envergonhado, tímido, atrapalhado e totalmente desorientado pelo insólito da situação. Não fui portanto capaz de enfrentar a situação e continuei o meu caminho sem olhar para trás até que ouvi uma delas dizer “Buenos dias”. Teria sido a altura certa para me virar e estabelecer o contacto, mas não. Em pânico, continuei o meu caminho tentando convencer-me a mim próprio a voltar a trás. Mas não fui capaz.Um pouco depois vi que a moça comentava alguma coisa com a mãe e a partir daí comecei a ser observado por toda a família, sendo que o pai era o mais reservado.
Saímos da esplanada, em busca de outro tipo de movimento nocturno e o caso passou. Nunca mais me voltei a lembrar de tal coisa.
Hoje, após as visitas de trabalho, a maior parte do grupo resolveu ir à tourada. Não desgosto de touradas, mas estando em Sevilha, preferi rever a cidade a pagar um balúrdio por uma tourada. 37 euros ainda é dinheiro.
Podia ter combinado o passeio com algum dos colegas mas preferi andar sozinho. Comecei então por um jardim que começava ou acabava perto do hotel. Como já devem ter percebido, sou apaixonado por árvores e gosto sempre de conhecer os parques e jardins das cidades. Ia eu no meu caminho parque fora quando dou de caras com a família da esplanada da noite de ontem, sentados num pequeno muro de um canteiro. (Este mesmo).
Claro que agora, aqui no quarto do hotel, duas horas depois martirizo-me por não ter sido capaz de os abordar e a minha curiosidade é imensa. O que quereria ela ou o que quereriam eles todos de mim?
Alimento a esperança de os reencontrar e preparo já o discurso em espanhol e inglês certo de que se houvesse uma segunda oportunidade não deixaria de a aproveitar. No entanto, numa cidade como Sevilha, encontrar uma mesma pessoa duas vezes é difícil. Três é muito pouco provável.
Acho que nunca vou saber o que queriam. Mais uma vez a minha estúpida e exagerada timidez deixa-me totalmente desarmado e incapaz de reagir e a angústia apodera-se de mim.
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