“Decidi focar-me a 100% na relação e para isso, cometi a mais corajosa e arriscada decisão. Deixei o meu apartamento e mudei-me de “armas e bagagens” para casa dela.”
Se me tivessem perguntado há uns meses atrás, se alguma vez tomaria uma decisão destas, diria imediatamente que não, mas o facto é que, há dois meses atrás tomei. Porquê? Não sei bem…
De todas as casas em que vivi, de todos os locais em que morei, o meu pequeno t1, naquele 8º andar, foi sem dúvida o local onde me senti melhor. Foi a casa, onde fui mais eu. Completamente EU.
Depois de 15 anos de casamento e do divórcio, aos quarenta e poucos anos, descobri o sítio onde me sentia verdadeiramente em paz comigo e com a vida. Uma pequena casa com os meus confortos, as minhas memórias nas prateleiras e nas paredes, sol e uma vista bonita e desafogada a nascente. Noites estreladas, luares mágicos, alvoradas relaxantes, fins de tarde inspiradores, trovoadas dramáticas, enfim,… Uma varanda de pura magia.
Mas então porquê?? Porque deixei tudo isto?
Talvez porque naquela casa só cabia eu. Eu sozinho. E porque entre as fases em que achava que devia viver sozinho para sempre e as fazes em que achava que tinha que encontrar alguém, esta última foi quase sempre mais forte.
Mas poderia manter a casa na mesma, não morando lá em permanência, não podia? Não, não podia. Nas duas mais longas relações que tive nestes 7 anos, a casa foi quase sempre como uma terceira pessoa na relação. E as relações são para ser só a dois. Por isso percebi que um dos factores de destabilização das minhas relações era a casa. E por isso arrisquei. Espero não me arrepender. Espero que tenha valido a pena.
No fundo, eu só quero ser feliz.