Imaginem uma manhã quente de verão. Eu era ainda estudante e depois de uma directa, indo a caminho da paragem do autocarro que ia para a escola, tive um encontro de um grau, que não sei classificar. Um encontro que até hoje não me saiu da cabeça. Desconcertante.
Encontro então, nesse meu percurso, uma estranha moça, namorada de um não menos estranho colega. Eu sabia que ela simpatizava bastante comigo, aliás como simpatizava com mais uns quantos colegas que por lá andavam na escola.
Ainda há poucas horas estávamos na discoteca da cidade e eu vinha ainda um pouco atordoado pelo barulho das luzes e pelo resto que normalmente, atordoa neste tipo de locais.
Ela, desconcertante na forma, na hora e no local, agarra nas minhas partes baixas e diz-me algo sobre o que me faria, ali mesmo, à frente de todos. Aquilo era um convite e eu não estava em condições de recusar. Tinha 20 aninhos, não tinha namorada e nessas idades tudo vale. Acontece que ao mesmo tempo era já um rapazinho responsável. Ia ter uma aula de inglês (às 8 da manhã, imagine-se!!!) e já estava completamente “tapado” de faltas. Não estava nos meus planos abandonar uma cadeira por faltas nem praticar qualquer tipo de encenação para, mais tarde me desculpar perante a simpática professora, de forma a tirar-me a falta, embora esta fosse uma prática bastante frequente na nossa escola.
A mocita tinha uma lojinha num centro comercial despovoado e eu combinei então ir ter com ela às 10:30 logo a seguir à aula. Passei a aula de inglês em pulgas, claro está! Sono, qual sono? Nunca tinha estado tão desperto numa aula como aquela. Não faço ideia do que por lá se aprendeu, mas eu estava lá. Presente e acordado. Aos pulos.
Mal acabou a aula lá fui então no autocarro em direcção à cidade.
O problema é que ao meu lado se sentou uma amiga minha que vivia mesmo ao meu lado. Fiquei numa enrascada. Se eu era vizinho dela como justificar a minha saída do autocarro antecipada. Inventei uma compra mas ela quis me acompanhar. Gaguejei, acabei por dizer que não era nada de importante e tive que desistir.
Planos furados… Demorei a desacelerar… acho que ainda nem o fiz completamente. Ficou-me atravessada a moça. Teria sido importante para mim essa experiência, disso não tenho dúvidas, só não sei em que sentido, se por má ou boa influência. É que eu fico dependente de tudo muito facilmente e de moças então nem se fala.
Acabei a beber um chá com a minha amiguinha tentando convencer-me a mim próprio, que se o destino a tinha colocado ali no meu caminho, era porque seria o melhor para mim… Mas ainda hoje tenho algumas dúvidas.
Quando me acontecem coisas deste género costumo dizer: "É porque não tinha de ser"!
ResponderEliminarHá coisas que não acontecem por acaso...!
:))))
Eu concordo mais ou menos com a curiosa...
ResponderEliminarQd era mais nova era muito desconfiada, não deixava ninguém chegar perto. No entanto, agora, faço por não ter que ser...
Há dúvidas que deixam uma sensação de água na boca por não haver maneira de se ter certezas. Acho que o que contaste neste post é um desses casos...
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