E a minha vida segue um pouquinho melhor que no dia 25.
Portanto para quem perguntou se valeria a pena enfrentar o “problema” a resposta é sim, valeu. Valeu porque eu reforcei a amizade com essas amigas e a minha mulher ganhou amigas novas.
Mas não foi fácil. Na véspera a minha mulher estava muito amuada e eu tentava aliviar o ambiente, desdramatizando a coisa, com um bocado de humor, mas nada funcionava. Cheguei a ver uma lágrima ou outra, mas não cedi.
A viagem para lá foi um sufoco. Quase duas horas de curvas e contra-curvas, de mau humor, de troca de palavras secas e eu sempre a tentar afastar a nuvem pesada e negra.
E mesmo assim valeu a pena?
Valeu.
Quando chegámos lá ainda só estavam 3 pessoas. As outras foram chegando pouco a pouco. Só isso aliviou um bocado a pressão. Depois fomos percebendo que nem toda gente se conhecia. Isto é, não éramos os únicos que não conheciam toda a gente. No final das contamos éramos 12, numa casinha, muito bem recuperada e muito confortável, numa aldeola perdida no meio das Serras do Centro.
Comemos, bebemos, conversámos, passeámos e fomos ficando. Ficámos para jantar. Enquanto eu ajudava a fazer o jantar num forno a lenha na rua, a minha mulher ficou na casa com as outras sete meninas e um gay. Ainda fui à sala do povo ver um bocado do futebol e a minha mulher ficou com elas. Jogou matrecos com as meninas, krapô com o gay, falaram de viagens e eu ainda vim a tempo de jogar Trivial com todos antes de jantarmos. Jantámos e como tínhamos ainda uma viagem difícil pela frente, saímos, ainda a festa estava a meio, já depois da meia-noite.
A minha mulher saiu de lá aliviada e com os fantasmas todos desfeitos. No dia seguinte até me confessou que aquelas pessoas seriam uma boa companhia para as férias da neve.
Valeu a pena? Valeu.
Valeu pelo presente e valeu pelo futuro. Mas do futuro falamos depois.